Luciano afirmou ter sido recrutado por Zé Hermes: "Recebi como fantasma por cinco anos, sempre alertei que daria problema, mas me garantiam proteção". Suas declarações corroboram a investigação do MP/AL, instaurada após denúncia do Sindicato dos Servidores Público de Canapi (Sindscan). O caso não é isolado: em 2018, a Operação Gabiru da Polícia Federal investigou Zé Hermes por desvio de R$ 2,3 milhões em verbas da saúde, com suposto pagamento a servidores inexistentes. 

A Máquina Política de Zé Hermes

O ex-prefeito construiu um império político familiar após trair seu antigo aliado, o ex-deputado Celso Luiz: 

• 2004/2008: Eleito e reeleito prefeito após romper com a mãe de Celso Luiz, então prefeita Rita Tenório. 
• 2012: Lançou o sogro, Zé Mariano, contra Celso, mas foi derrotado. 
• 2016: Reconquistou o poder com Vinícius Lima (seu filho), reeleito em 2020. 
• 2024: Elegeu a irmã, Josélia Lima, como prefeita – mantendo o controle indireto. 

Curiosidade: Zé Hermes exige que seu nome apareça atrelado aos candidatos nas urnas, como ocorreu com "Josélia Irmã de Zé Hermes" e “Vinícius Filho de Zé Hermes”.

Histórico de Escândalos

Além da Operação Gabiru e da atual investigação de fantasmas, Zé Hermes já foi alvo de: 

• Denúncias de superfaturamento em obras públicas. 
• Acusações de pressão sobre servidores para apoio político. 
• Suspeitas de uso da máquina administrativa em campanhas. 

Silêncio e Repercussão

Enquanto a atual gestão (agora sob comando de sua irmã) não se manifesta, o MP/AL avalia as provas apresentadas por Luciano. Servidores temem retaliações: "Quem denuncia some do município", relatou um funcionário anonimamente. 

O que diz a lei?

• Funcionários fantasmas: Crime de peculato (até 12 anos de prisão). 
• Formação de quadrilha: Pode ser aplicado se comprovado esquema organizado. 

A população aguarda se, desta vez, as denúncias quebrarão o ciclo de poder da família Lima em Canapi. Enquanto isso, Luciano promete: "Vou levar todas as provas ao MP. Canapi precisa virar essa página". 

Assista ao Vídeo:

(Fontes: Processos do TRE-AL, MP/AL, e registros da Operação Gabiru/2018)